O Brasil enfrenta uma dura realidade: o feminicídio ainda é uma tragédia presente em todas as regiões do país. Só em 2024, foram registrados 1.492 assassinatos de mulheres por razões de gênero, segundo o 19° Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Para reagir a esses números alarmantes, o Ministério das Mulheres lançou, nesta sexta-feira (1º), a campanha Agosto Lilás, voltada ao combate permanente da violência doméstica e familiar.
Além disso, uma pesquisa recente intitulada Visível e Invisível: a Vitimização de Mulheres no Brasil apontou que mais de 21,4 milhões de mulheres acima de 16 anos sofreram algum tipo de violência nos últimos 12 meses.
União dos estados no combate ao feminicídio
Durante o programa Bom Dia, Ministra, a titular da pasta, Márcia Lopes, detalhou as ações que ocorrerão durante o mês em que a Lei Maria da Penha completa 19 anos.
“Há muitas formas [de mobilização], e esse Agosto Lilás promete atividades, mobilização, conversas, campanhas, iluminação das cidades, tudo em nome do direito das mulheres terem uma vida plena, digna”, afirmou.
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A principal meta é fazer com que todos os estados assinem o Pacto Nacional de Prevenção aos Feminicídios. Atualmente, apenas 14 firmaram acordos com o governo federal.
“Quando um estado assina o pacto, temos um plano de trabalho para ampliar as ações de prevenção e combate à violência, não só com forças de segurança, mas também com atividades educativas”, destacou a ministra.
Mobilização nas cidades e espaços públicos
Márcia Lopes propôs a ocupação de praças, escolas, unidades de saúde, igrejas e locais de trabalho como forma de levar o debate à sociedade. Ela também tem dialogado com prefeitos sobre o papel das gestões locais.
“Se cada prefeito disser, uma vez por dia: ‘nesta cidade, não teremos violência contra a mulher’, isso já muda muito”, defendeu.
Casos chocantes que exigem ação urgente
A ministra citou, como exemplo do cenário preocupante, o caso recente de uma mulher brutalmente agredida com 61 socos pelo namorado dentro de um elevador, em Natal.
“Foi uma situação horrorosa. Precisamos envolver os homens nesse debate. Não podemos naturalizar esse tipo de violência”, afirmou.
Portanto, o Agosto Lilás surge como uma resposta direta e necessária a uma realidade que exige urgência, união e compromisso. Combater o feminicídio no Brasil é mais do que uma política pública: é uma questão de dignidade e justiça.